Selecionamos algumas histórias do folclore brasileiro com personagens ingênuos e outras com os espertalhões. As turmas de 3o ano vão apreciar diferentes aspectos desta tradição. Alguns livros de Ricardo Azevedo apresentam estes personagens em diferentes histórias: são os tolos, desprezados pela família e pelas pessoas com que convivem, em cômicas desventuras ou espertos malasartes que driblam a miséria usando sua inteligência.
Nas histórias dos tolos, o personagem é sempre o mesmo: incapaz de perceber o que o contexto social espera dele, age sem avaliar as causas e consequências de seus atos. É nesta incapacidade que reside a graça deste tipo. Apesar de ser ingênuo, está a salvo de ameaças e acaba por ser recompensado no final. Há sempre um golpe de sorte ou um elemento mágico que o leva a um lugar privilegiado ao fim de suas aventuras.
A outra face destas narrativas em que o personagem se encontra solitário diante de mundo que lhe é adverso são as histórias de Pedro Malasartes ou João Grilo. Marcados pela mobilidade, estes personagens circulam de um lugar para outro convivendo com patrões, poderosos ou outros tipos em posições sociais melhores do que a sua. Para sobreviver sem se fixar em um trabalho, sua única arma é a esperteza.
Ao contrário do tolo que retorna ao seu grupo vitorioso em suas aventuras, o esperto não tem para onde retornar. Seu destino é sempre sair em busca de uma nova cidade em que sua esperteza o fará enganar outros desconhecidos e por consequência fugir.
Para este trabalho, vamos utilizar diferentes linguagens. Além das histórias de Ricardo Azevedo, utilizaremos um filme de Mazaropi em que ele representa Pedro Malasartes e com o 4o ano apresentaremos o texto dramático "Auto da Compadecida" de Ariano Suassuna.