“Há
uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em
que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez
agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar
trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à
sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos.
Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda, que
ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua
etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de saber, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível”.
(Barthes, 1977)